Entrevista feita à Acy (JAAFA) à algum tempo atrás, quando a banda ainda possuia outro guitarrista e só um Backing vocal, e que só agora foi publicado no site:http://www.sobresites.com/reggae/entrevistas/acy-ayres.html
Acy Ayres, vocalista e compositor da banda paraense Jaafa, uma das grandes apostas para 2008.
GUIA DO REGGAE: Para começar contem-me sobre a origem da banda e seus integrantes.
ACY: Tudo começou, com o amor pelo reggae do vocalista da banda ACY AYRES que aos 10 anos de idade ganhou um presente do pai ( um músico e amante da musica que colecionava discos de vinil de diversos estilos), um disco de vinil. Meu pai, Sr. Álvaro, certo dia comprou de uma vez só, diversos discos de vinil em uma oferta de uma determinada loja; eu, apaixonado pela musica e muito curioso costumava ficar escutando todos seus discos. No meio de muitos discos, teve um que me chamou muita atenção, pois gostei da capa, da musica, das cores, do estilo etc..., ainda não conhecia o reggae, com nove anos, nem sabia o que era.
Passando uns anos depois chegaram de minha terra natal (Teresina-Piauí), uns primos; já adolescentes, e já sabiam e conheciam muito mais que eu as coisas da vida. Primos muito próximos logo na chegada dos mesmos fui mostrando o q conhecia e tinha de musica, pois os mesmos gostavam de musica também. Um deles chamado Tony (hoje Rasta), era um colecionador de reggae.Com isso ao mostrar os discos que tinha, mostrei aquele que era o meu preferido e ao escutar e ver a capa ele me disse: Acy, esse é ALPHA BLONDY, isso é REGGAE. (obs.: no inicio da banda, tocávamos em nosso quatro musicas só deste disco. O disco de chama APARTHEID IS NAZISM).Desde então o REGGAE, veio como um foguete e a partir daí mudou minha vida e sem saber que um dia estaria cantando em uma banda de REGGAE, fui cultivando e aprendendo com esse estilo musical a ser feliz. Ainda adolescente fazia programações (festas) envolvendo o reggae, fui DJ de REGGAE; na escola participava de programações culturais cantando e tocando REGGAE; e assim fui me envolvendo e me encantando cada vez mais pelo REGGAE.
Desde a adolescência, tocava com meu pai e meu irmão mais velho; tocávamos MPB nas noites da nossa cidade em bares e restaurantes, no entanto por algumas pessoas conhecerem a minha história com o REGGAE, pedia-me pra tocar vez ou outra.
Certo dia certo produtor de festas, me perguntou se eu teria condições de montar um repertório só com REGGAE, pois ele queria realizar uma programação em que só tocasse rock e REGGAE. Logo topei e reuni meus irmãos ALVARO AYRES, ALEXANDRE AYRES e JUNIOR MAMBO, FABIO MAIA e SERGIO BERNARDO (amigo de infância) e ainda sem nome formamos a primeira banda de REGGAE de nossa Cidade, foi uma noite muito especial e contagiante abençoada por DEUS e pelo público que estava presente.Desde então começaram a surgir outras propostas e há quatro anos estamos na estrada tocando REGGAE MUSIC com o nome de JAAFA REGGAE, que siguinifica a unidade entre irmãos e por ter DEUS representando essa unidade, buscamos a analogia com o nome de JÁH. (SE ESCREVE JAAFA, MAS SE LER: JÁHFA). JAAFA = As Iniciais dos Primeiros Integrantes.Hoje somos uma banda de sete músicos:ACY AYRES: VOCAL E GUITARRA BASE / ALEXANDRE AYRES: BACKING VOCAL / JUNIOR MAMBO: PERCURSSÃO / DEIVID BROTHER: TECLADOS / CHICO AQUINO: BATERIA / MARCELO DI CARVALHO: CONTRA BAIXO / RAFAEL AZEVEDO: GUITARRA SOLO. A maioria dos músicos mora em CASTANHA-PA, mais especificamente na Vila de APEÚ.
GR - Como é fazer Reggae no Pará, a aceitação do publico e dos criticos locais.
ACY: Tem seus pró e contras, mas vejo algo muito positivo, pois são pessoas que passam a conhecer o REGGAE e com isso surgi uma nova concepção do estilo, quebrando assim muitos mitos, conceitos e preconceitos já existentes. Outro fator é a questão do pioneirismo, é sempre bom começar uma história em um lugar onde não existia ou pouco se houve falar. E hoje em Belém, Castanhal e outros municípios vizinhos o público do reggae é bastante considerável, concorremos sim com o forró, brega, e outros estilos, isso é normal em todo Brasil, mais o regueiro é fiel.
GR -Quais as influencias da região na letra no som de vcs?
ACY: A reunião tribal dos Rastas, a sonoridade, o sentimento, nos envolve e é bastante comparada com a cultura, musica da região e seus propósitos. O culto a Deus, a natureza, a nossa cultura, a realidade social, a valorização das raízes são influencias e ações que fazem parte da nossa musica. O carimbó e sua batida de raiz; a discriminação que o povo indígena sofreu e sofre; nossas línguas e costumes etc..., são nossas principais influencias.
GR - Ainda sobre a regionalidade da banda qual a relação que existe com o reggae maranhense?
ACY: Nós procuramos usar a batida, os timbres do reggae raiz, mas com certeza existe uma relação musical e universal em nossa musica que visa sempre à interação buscando diferenciais que possam marcar nosso estilo próprio. O reggae Maranhense também é uma grande influência, que nos ajuda na busca enriquecer o conteúdo musical, no entanto achamos que a essência é a mesma.
GR - Comentem sobre o novo trabalho e como é a relação do Jaafa com as bandas das outras regiões.
ACY: O nosso CD vem externar um sentimento muito grande do amor pelo reggae; é a realização de um sonho, é a possibilidade de mostrar pra todos os quanto o reggae é um estilo musical que tem muito a acrescentar de positivo na vida das pessoas. Esse novo trabalho vem cheio de energia, falaremos de nossas raízes, de nossa personalidade, da realidade que nos rodeia..., mas ele em sua essência traz muita positividade e a alegria que o reggae pode transmitir. A nossa relação com as outras bandas, pode-se dizer que é a melhor possível, sempre estamos buscando contatos, troca de experiências e aproximação. Ao logo da nossa trajetória, tivemos grandes e boas oportunidades de ter esse contato mais próximo através de shows e trabalhos realizados juntos, dentre essa boa relação podemos citar as bandas: Dona leda, Andréad´jó, Ponto de Equilíbrio, Tribo de Jáh, Raiz Tribal, e também as bandas locais da nossa região. Buscamos sempre essa aproximação como forma de crescimento em diversos aspectos.
GR -Hoje muitas bandas de reggae abandonaram o estilo roots para satisfazerparte da mídia. O que pensam sobre isso?
ACY: Cara, eu sou fascinado pelo roots reggae, não sei fazer outra coisa e por uma questão de respeito e honra preservar o estilo; eu amo isso que faço e lutarei até o fim pra continuar dessa forma. Sei que o que é comercial, o que satisfaz a mídia feliz é algo muito quantitativo e muitas vezes não sem base, por isso se vê as coisas surgindo e sumindo tão rapidamente é preciso ter base e essa base é construída com sentimento e lealdade, em se saber o que quer.Com isso acho que é desleal essa mudança, é contra os princípios intrínsecos de cada um e do verdadeiro regueiro, e que no fundo gera um vazio muito grande, nada preenche esse vazio, a não ser o amor por se fazer o que gosta. Não sei se você concorda, mas sempre digo que hoje existem muitas bandas, muitos cantores de reggae, mas antes existiam PROFETAS DO REGGAE e nessa relação existe uma diferença muito grande.
GR - Qual a visão da banda sobre o cenário do Reggae atual e o que esperar da recepção do restante do país com o som da Jaafa?
ACY: Vejo esse cenário com maior consistência e perspectiva, pois o reggae é um estilo musical Universal que trata da realidade e toca fundo no sentimento do nosso povo; as pessoas, o jovem de hoje busca isso, quer mudança, credibilidade, alegria, personalidade, e isso é moderno, isso é real, isso é REGGAE e isso todo mundo quer. Não sei dizer qual a reação do restante do país quando tivermos a oportunidade de mostrar o nosso som; mas posso dizer que eles irão ver, ouvir e sentir algo com muito sentimento, vibração e positividade, é como estar pronto pra explodir de tanta ansiedade, tanto amor que está pronto pra extravasar e penetrar nos corações das pessoas, essa é nossa missão; um dia todos poderão sentir.
GR - Pra terminar mandem uma mensagem para os leitores do Guia do Reggae
ACY: “Positividade sempre, essa é a filosofia; acreditar e encarar os desafios da vida sempre de frente com dignidade, boa intenção e fé em deus, fazendo assim não há o que temer”!Fiquem com deus e obrigado pela oportunidade, grande abraço! Jaafa
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